terça-feira, 25 de maio de 2010

Hélder Câmara, "O Santo Rebelde"



“Arrancaram-me o ramo de oliveira, razão de meu vôo...
Quiseram impingir-me outro ramo de pseudo paz.
Já descobri em meio ao dilúvio de ódio e de guerra,
em maré crescente,
minorias que cultivam oliveiras de verdade,
símbolos fiéis da paz verdadeira.....” Dom Hélder Câmara










Conheci D.Hélder aqui em Recife, através de uma celebração de primeira comunhão no grupo escolar onde  estudava. Mais tarde, já jovem, vivenciei outros momentos em que ele esteve presente, sempre à frente de uma celebração eucarística, uma delas em uma comunidade próxima ao município de Igarassu, cidade pernambucana. A missa foi realizada em prol das lutas daquela comunidade, ameaçada de perder as suas terras.

A outra situação em que estive bem próxima a D.Hélder foi na década de 1970, no ano de 1979. Era então companheira de preso político, meu primo e futuro pai do meu filho, que já contava 8 anos prisioneiro ao lado de outros tantos que haviam lutado contra a ditadura militar implantada em nosso país em 1964, tendo sido torturado no Dops e depois, durante 30 dias, nas dependências do quartel da Aeronáutica em Recife. Uma prima minha também fora exilada, primeiro no Chile, depois no Canadá, junto com o seu marido e a primeira filha dos dois. Ela também enfrentou uma prisão, por poucos dias, quando ainda era estudante universitária e mais tarde, ambos se envolveram na guerrilha do Araguaia. Foram duramente perseguidos e ele preso e barabaramente torturado. Ao ser solto, tiveram que deixar o país por causa das ameaças constantes. Um outro primo vivia no sudeste do Brasil porque não conseguia refazer sua vida em Recife desde o golpe de 1964.

Meu companheiro, naquela época, participava então, junto a vários outros presos políticos de outras regiões, de uma greve de fome em favor da Anistia Ampla Geral e Irrestrita, que durou em torno de 33 dias.Esta ação estava engajada no  Movimento Nacional pela Anistia encabeçado pelo Comitê Brasileiro de Anistia (CBA), fundado em 1978 no Rio de Janeiro.
Nós, os familiares, muitos deles participantes ativos dessa luta, tentávamos por todos os meios chamar a atenção da sociedade e das autoridades para que a Anistia fosse promulgada. Dom Hélder Câmara foi uma grande voz dessa campanha e foi a ele que recorremos, as mães, esposas, filhos, netos, parentes enfim, no sentido de fazer um apelo pelos rapazes em greve de fome, encabeçando um culto ecumênico em nossa cidade. O Dom, com seu grande coração e consciência política, atendeu ao apelo cheio de emoção, especialmente das mães, algumas já idosas, que temiam pela sorte de seus filhos há tanto tempo sem alimentação. E lá, na pequena sala em que atendia na Igreja das Fronteiras, onde morou até seu falecimento, ele concordou em participar da celebração.

Dom Hélder foi duramente perseguido durante o período da ditadura militar, todos sabemos. Teve sua casa metralhada, enterrou o Pe. Antônio Henrique Pereira da Silva Neto, 29 anos de idade, seu assistente para o meio estudantil, barbaramente assassinado pelo Comando de Caça aos Comunistas, na Cidade Universitária em Recife. A partir de então, denunciou constantemente a tortura contra os presos políticos no Brasil.

Assim, com todo cuidado que a situação exigia, a celebração aconteceu na Igreja Matriz da Boa Vista, na conhecida Rua da Imperatriz. A Igreja lotou e juntos cantávamos belas canções de amor ao próximo, a canção de São Francisco foi uma delas, e chorávamos. Foi um ato heróico, foi um momento inesquecível que faz parte da história pela redemocratização do nosso país, história esta tão pouco comentada, fatos tão pouco propagados (não encontrei nenhuma foto desta celebração aqui na internet; não tenho lembrança se a mesma foi divulgada nos meios jornalísticos em Pernambuco ou em qualquer outra parte do Brasil), mas que ficarão para sempre na memória daqueles que lá estiveram presentes, familiares, estudantes, representantes de diversas entidades pertencentes ao movimento social que lentamente ressurgia, entre outros. Como para sempre em nossos corações ficará Dom Hélder Câmara, o Dom da verdade e da paz, o santo rebelde.



"Quando eu pedia às pessoas que ajudassem os pobres, era chamado de santo. Mas quando fazia a pergunta: por que existe tanta pobreza? Era chamado de comunista”.
(Dom Hélder Camara)




                                            Dom Helder Câmara - O Santo Rebelde





terça-feira, 18 de maio de 2010

Hoje, 18 de maio, dou gracias a la vida

Gracias, muitas gracias a la vida




                                                         
                                                             Mercedes Sosa





segunda-feira, 17 de maio de 2010



Maio, Maduro Maio




Claude Monet


Abaixo da linha do equador, outono. Acima da linha do equador, primavera. Para mim, que nasci e continuo morando em Recife, Nordeste do Brasil, muito próximo à linha do equador, maio está mais para verão e primavera. Cresci ouvindo dizer que maio era o mês das flores, mês das noivas. mês das mães, mês de Nossa Senhora (como lembro, na minha infância, das novenas de Nossa Senhora!) Sempre amei o mês de maio. Talvez porque também cresci ouvindo a minha mãe dizer que seu sonho era ter uma filha branquinha (ela era morena da flor de canela, linda morena) e nascida no mês de maio. Seu sonho se concretizou. Nascer em maio é ser em parte taurina, teimosa, um tanto obsessiva, exigente consigo mesma, um tanto severa, mas ao mesmo tempo, um coração de onça, um coração que se compraz e que quer resolver todos os problemas do mundo. O mês de maio é assim, fim de uma estação, início de outra. Nem inverno, nem verão, mês de flores amadurecidas.
Vsitando o página do Google na intenção de descobrir mais sobre o mês de maio, encontrei várias indicações que remetiam quase todas ao sentindo religioso deste mês, especialmente à Nossa Senhora. No entanto, em meio a estas indicações, aparece o site do Portal Ig, denominado “Delas”. Nele, a coluna “Toques de Alma”, editada semanalmente por Adília Bellot, chama a atenção para o fato de não existirem coincidências na memória coletiva dos homens. Mas, o que isto tem a ver com o mês de maio?
Em seu texto, intitulado “Símbolos do mês de maio”, Adília afirma que, um amigo lhe falou certa vez ser maio “o mês mais feminino do ano”. Conclui então que “não há de ser só por coincidência se terem juntado no mesmo mês tantas festas femininas”, e parte para a empreitada de descobrir as razões da feminilidade do mês de maio.
Abaixo, reproduzo parte do texto de Adília, ou praticamente o texto todo, onde ela, com os dados da pesquisa realizada, mostra a relação das várias festas do mês de maio com as festas e ritos provenientes dos países do hemisfério norte, dos nossos ancestrais.


Do texto de Adília


“Beltane, a festa da primavera”


“Nos países do hemisfério norte, em maio a primavera está no auge. As florálias romanas eram apenas um dos grandes festivais que marcavam a mudança da estação. Beltane ou o grande festival do fogo entre os celtas, o povo que vivia em boa parte do que hoje a gente conhece como Europa, antes da expansão do cristianismo era outro. Para estes celtas – e para os irlandeses, seus descendentes mais diretos – o verão começava entre o dia 30 de abril e 1o de maio. Mas não era só a volta do calor que os festejos de primavera celebravam. Importante também era garantir boas colheitas do trigo recém semeado. Os rituais de fertilidade traziam a festa para os campos. Os casais vão dançar em torno do mastro, símbolo da árvore sagrada. Trançando e destrançando fitas coloridas, aproximam-se e afastam-se, antecipando jogos mais ousados de sedução. Alguém lembrou dos nossos mastros de São João? Pois, nossas festas juninas, embora no inverno, guardam, sim, um restinho de sol...
Por toda parte, encenava-se sobre a terra, o mesmo ato sagrado que assegurava a vida: a germinação das sementes. Na última noite do festival, as orgias reproduziam o hierogamos, o casamento sagrado que unia o casal divino. E, repetindo o ato criador original, faziam circular a energia criativa, espalhando-a pelos campos cultivados e pelos corpos e almas de mulheres e de homens. A mágica do ritual garantia a vida vegetal e animal até o ano seguinte….”


“Maio, mês das noivas”


“Maio, mês das noivas...mesmo sem saber, talvez estejamos impregnados destas memórias. O fato é que embora hoje a gente mal nem perceba a passagem das estações, para estes nossos ancestrais, seria impensável trocar as cerimônias típicas da primavera pelas do outono e vice-versa. Cada época, tinha o gosto, os cheiros, as cores e o espírito da estação… e pronto, estamos conversados.
E para quem acha que só existe um jeito de se casar – o nosso -- surpresa: o casamento, tal como a gente conhece hoje não existe até algum momento do século 18. É o que diz o sociólogo Philippe Ariés, francês e um dos autores do livro Sexualités Occidentales. Interessantíssimo, por sinal. É lá que aprendo que até o século 9, a função do padre resumia-se a abençoar o leito nupcial, para garantir a fecundidade da “semente” do casal. Antes disso, a cena de um casamento seria mais ou menos assim: estamos na casa da moça, onde alguns parentes ou amigos aguardam. O pai da noiva convida o futuro genro para sentar-se e oferecer a ela uma taça de vinho. Maria, a noiva, bebe em silêncio. Talvez o próprio pai, talvez um tio, irmão de sua mãe convida: “Dá de beber ao teu noivo, João, como sinal de união”. Ela obedece e leva a taça aos lábios do felizardo João, que então anuncia: “Eu beijo Maria, como sinal de união”. Eles se dão as mãos e se beijam. Os presentes festejam, gritando, “eles estão casados! E que todos bebam à saúde dos dois…” Um beijo, um gole de vinho, gente querida em volta...quer coisa mais simples?”


“Os símbolos do casamento”


“Eventualmente, um ritual tão importante assim vai se enriquecendo de símbolos. Havia as flores que enfeitavam Maria com os tons e perfumes da própria primavera. E o anel que, assim como o gesto de dar as mãos, representa união, totalidade. E o costume de jogar arroz ou qualquer outro grão nos noivos também não cabe naquela cena de primavera? Abundância e fertilidade, tudo de que um casal precisa... Para afastar os maus espíritos, o cortejo que acompanhava os recém-casados até sua nova morada, fazia muito barulho – lembraram das latas amarradas atrás dos carros? E neste cenário de um maio ensolarado não podia faltar comida: pães e bolos compartilhados, promessas de unir esforços, na saúde e na doença...Símbolos-bênçãos que deveriam ajudar os noivos a atravessarem juntos muitas primaveras e muitos invernos...”


“Maio, de Nossa Senhora”


“E Nossa Senhora? Prometo falar só dela num outro artigo, mas vou contar uma historinha bem curta para vocês. Existe um costume nas aldeias de Portugal, cujas origens ninguém sabe explicar muito bem. Em algum momento entre a Páscoa e Pentecostes, ou seja, em plena primavera, os habitantes se reúnem para fazer o bodo anual contra pragas e contra a seca. “Bodo” vem do latim votum e quer dizer “promessa”. Era o nome da refeição que se servia nos casamentos. Um bodo ritual também era oferecido a Nossa Senhora da Guia ou Nossa Senhora Rainha do Céu. Em grandes fornos colocados nas praças dos vilarejos, os camponeses preparavam para esta refeição uns biscoitos, parecidos com bolos, chamados “cavacas”. E “cavacas” chamavam-se também os pães que os cananeus, do outro lado do Mediterrâneo, ofereciam à sua Senhora dos Céus, Ishtar, há milhares de anos...Coincidência? Acho que não. Não existem coincidências na memória coletiva dos homens...Agora adivinhe só de onde vêm nossa palavra “bodas”*



Bem, eu sou do tipo que gosta de comemorar aniversário, que fica feliz no mês de maio porque foi o mês em que nasci. Gostaria de comemorar durante o mês inteiro. Já ouvi alguém falar que algumas pessoas pensam que são as únicas pessoas do mundo que fazem aniversário, que naquele dia é como se ninguém mais no mundo existisse, apenas ela.
Existe também quem diga que aniversário é coisa antiga, outras têm preconceito com essa data por questões religiosas, porque no Ocidente, festejar aniversário tem origem nos ritos pagãos.
Encontrei também no Google o seguinte texto que fala sobre a origem do aniversário no mundo ocidental:


“A origem do aniversário: Os vários costumes de celebração de aniversário natalícios das pessoas hoje em dia têm uma longa história. Suas origens acham-se no domínio da mágica e da religião. Os costumes de dar parabéns, dar presentes e de celebração - com o requinte de velas acesas- nos tempos antigos eram para proteger o aniversariante de demônios e garantir segurança no ano vindouro... Até o quarto século, o cristianismo rejeitava a celebração de aniversário natalício como costume pagão.
O costume de acender velas nos bolos começou com os gregos... Bolos de mel redondos como a lua e iluminados com velas eram colocados nos altares do templo de [Ártemis]... As velas de aniversário, na crença popular, são dotadas de magia especial para atender pedidos ...Velas acesas e fogos sacrificiais têm um significado místico especial desde que o homem começou a erigir altares para seus deuses. As velas são assim uma honra e um tributo a criança aniversariante e trazem boa sorte...”



Sabe-se, portanto, que existem outras partes do mundo onde não se comemora a data do nascimento de uma pessoa como nós. Vejamos :


“A prática de todo os anos festejar a data em que uma pessoa completa mais um ano de vida não é completamente seguida no mundo.
Exemplo: Vietnã, lá não se comemora na data específica do nascimento, mas sim, na passagem do ano novo, onde todas as pessoas comemoram seus aniversários coletivamente. Ou seja, todos fazem aniversário no mesmo dia! ”



Tive uma tia que já foi para os braços de Deus, a nossa querida tia Inez que também fazia aniversário no mês de maio, no dia 21. Foi uma das pessoas mais generosas que já conheci em minha vida. Tenho um sobrinho que completa anos no dia 16 de maio. É o geniosinho da família e fez agora 16 anos. Amo demais esse menino.Tenho também duas grandes amigas que nasceram no dia 2 de maio. Todos os anos nos reunimos em algum dia do mês para comemorarmos, trocarmos presentes e fazermos uma boa farra ao lado de outros amigos queridos nossos.
Nunca havia conhecido uma pessoa que completasse anos exatamente no dia 18, como eu. Tive o grande prazer de encontrar uma taurina que também aniversaria neste dia lá no twitter, e lá também fiquei sabendo que o filho de uma pessoa muito bacana que sigo, faz aniversário no dia 19.
A todas essas pessoas quero homenagear hoje e dizer do meu carinho imenso por elas. Não me ligo muito nessas coisas da astrologia, mas de qualquer forma reconheço muitas características semelhantes nos nascidos no mês de maio, alguns taurinos, outros geminianos. Diz-se que os taurinos são: escrupulosos, determinados, pacientes, amorosos, materialistas, teimosos, argumentadores. Não me reconheço como materialista e nem sempre sou tão paciente assim. No resto, enxergo sim estas características nas pessoas nascidas nesse lindo mês do ano, e com elas quero me confraternizar, não apenas hoje, não apenas nesse lindo mês de maio, mas em todos os dias de nossas vidas.
Abaixo, deixo a letra da canção “Maio, Maduro Maio”, escrita e musicada pelo grande Zeca Afonso, poeta, compositor, cantor nascido na linda cidade de Aveiro em Portugal, “notável compositor de música de intervenção, durante um dos mais conturbados períodos da história recente portuguesa. Como compositor, soube conciliar de forma notável a música popular e os temas tradicionais com a palavra de protesto”

Deixo também esse vídeo de Madredeus, grupo musical português cantando a canção do Zeca na linda voz de Teresa Salgueiro


Maio, Maduro Maio


Zeca Afonso



Maio maduro Maio, quem te pintou


Quem te quebrou o encanto, nunca te amou


Raiava o sol já no Sul, Ti ri tu ri tu ri tu ru Ti ri tu ru tu ru


E uma falua vinha lá de Istambul


Sempre depois da sesta chamando as flores


Era o dia da festa Maio de amores


Era o dia de cantar, Ti ri tu ri tu ri tu ru Ti ri tu ru tu ru


E uma falua andava ao longe a varar


Maio com meu amigo quem dera já


Sempre no mês do trigo se cantará


Qu’importa a fúria do mar, Ti ri tu ri tu ri tu ru Ti ri tu ru tu ru


Que a voz não te esmoreça vamos lutar


Numa rua comprida El-rei pastor


Vende o soro da vida que mata a dor


Anda ver, Maio nasceu, Ti ri tu ri tu ri tu ru Ti ri tu ru tu ru


Que a voz não te esmoreça a turba rompeu



Endereço da página da internet da Associação José Afonso



*Adília Belotti. Editora responsável pelo Delas, o site feminino do portal IG, onde tem uma coluna chamada Toques de alma. Cuida do IgEducação e de um site de cultura multimídia, o Arte Digital assim como é colunista do Somos Todos UM.
Em 2006 lançou seu primeiro livro: Toques da Alma.







sábado, 8 de maio de 2010

Para a minha mãe



Young Mother Sewing - Mary Cassatt






À tua ausência





Eu queria falar, mas ainda é difícil

expressar tudo o que nela está contido.

Eu queria escrever, mas ainda me faltam

palavras que a definam.




Um dia, mãe,

poderei dizer,

poderei escrever,

poderei ser fiel

ao que tu foste?





Um dia, quem sabe,

o meu coração  em paz

possa falar de tua ausência

pra contar tua presença.




Mas enquanto essa ausência

ainda quer ser falta,

enquanto ingnorante, ainda lastimo,

tomo emprestado do "Corpo" de Drummond

o entendimento da "ausência assimilida",

para que, como ele,

ninguém a roube mais de mim.





Rejane Cavalcanti

Recife, 08 de maio de 2010






Ausência




Por muito tempo achei que a ausência é falta.

E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

A ausência é um estar em mim.

E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,

que rio e danço e invento exclamações alegres,

porque a ausência, essa ausência assimilada,

ninguém a rouba mais de mim.




Carlos Drummond de Andrade

No livro "O Corpo", 1985
 
 
 
Encontrei a moldura postada acima em um belíssimo blog português http://http://isto-arco-aurora.blogspot.com/
Abaixo, Plasticine, nome da blogueira, colocou o seguinte post, que reproduzo aqui porque foi extamente o que senti ao ver a moldura de Mary Cassat
 
"Conheço a miúda do quadro, "Young Mother Sewing" (1900) de Mary Cassatt, conheço. Com aquele olhar atento, junto da mãe distraída, serena por saber que está tudo bem. Está sempre tudo bem (às vezes podia era estar melhor). Há ternura nestes quadros e é uma ternura que não encontro em mais quadros que conheça...as personagens estão vivas, mas mais que isso, estão interligadas e a ligação delas é carinhosa é de afecto. Tem felicidade neste quadro...quero ser muitas vezes personagem de quadros assim e quero que o sejam vocês também. :)*"


sexta-feira, 7 de maio de 2010

O ódio é a arma dos fracos. Diga não à homofobia!




Apolo e Jacinto - símbolos do amor homossexual


II SEMINÁRIO DO DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A HOMOFOBIA

Data: 13 a 15 de Maio de 2010

Local: Auditório Waly Salomão - UESB - Campus de Jequié e Auditório da DIREC 13

Informações: 3528-9697-Prof. Marcos Lopes

seminario_contra_homofobia@yahoo.com



Realização:

UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

“Se você não é livre para ser você mesmo na questão mais importante de todas as atividades: a expressão do amor. Então, a vida, em si mesma, perde o seu sentido.” - Harvey Milk.

Inscrições aqui http://webeventus.uesb.br/inscricao/inscricoes.jsp?AKJG00C04F8D8EF9=Cmnf0QADUMKKDFEFHbdUX42

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Apelo por doação de medula óssea

Meus caros amigos, leitores deste blog,



recebi este email de uma amiga e posto aqui este apelo desta família que hoje vive essa grande angústia. Deixo o email da Yara Falcon abaixo para os que com ela quiserem se comunicar. Tento dar a minha contribuição mesmo sem conhecer a família, porque imagino a aflição que devem estar passando. Sim, apenas imagino Não posso sentir esta aflição, mas posso imaginar, porque também vivemos, eu e a nossa família, momentos de angústia no último ano, com a convalescência de um sobrinho-primo e posterior perda do mesmo em função de uma doença auto-imune. Com certeza, muitas outras famílias por esse mundo afora devem passar por angústias semelhantes. Mas foi a história desta que chegou a mim. E é por eles que faço este apelo hoje. Um cordial abraço, Rejane




Queridos amigos leiam com atenção e ajudem divulgando ou dirijam-se ao Hospital de Clínicas ou Santa Casa de Porto Alegre, no Hospital Dom Vicente Scherer ( transplantes) para fazer uma amostra de sangue e catalogar-se como doador de medula óssea.
---------- Mensagem encaminhada ----------De: Yara Falcon <yaracecy@hotmail.com>Data: 5 de maio de 2010 08:59Assunto: FW: Doação de Medula - Sergio Porangaba - URGENTEPara:


Queridos amigos/as, Este é um e-mail que pediria para vocês lerem com calma e ver o que podem fazer para ajudar nossa campanha de doação urgente em suas cidades.Em Curitiba me lembrei do Rafael,marido de minha sobrinha Isabela e da Mariana. Em Porto Alegre da Vera,Lucinha em Aracaju,Nancy,Zezinho e Gustavo,Pery na Bahia e muitos e outros.Em Maceió lembrei de Luiz,Vanessa,Aline,Simone e tantos outros amigos e jornalistas.Este é um e-mail do meu sobrinho SÉRGIO PORANGABA,quem necessita fazer o transplante urgente de medula.Ele expõe sobre a campanha dando alguns caminhos.Aqui em Brasília estamos avançando com bons resultados.Beijos.
Texto recebido,sem a introdução,pois era de importância somente para mim:



1- No final do e-mail há um panfleto e um texto explicativo, com minha descrição acerca de como adquiri a patologia (algo bem pessoal), que também estamos divulgando . pela internet



2 – Em Recife o Dudu conseguiu inserções em várias rádios e no jornal impresso. Segue abaixo parte do texto que sugerimos ao locutor. Pensamos em algo muito simples e pessoal que possa atingir o grande público.
“Amigos, (irmão/irmãs se rádio gospel) estamos com um amigo precisando urgente de um transplante de medula e não tem doador compatível. O teste de compatibilidade para doação de medula é um procedimento simples que todos nós podemos fazer, basta preencher um formulário e colher apenas 5ml de sangue (um tubinho) e você pode salvar a vida de um irmão! Fazer a doação de medula é apenas um pequeno e passageiro incomodo para quem doa, mas para quem recebe é a diferença entre a vida e a morte. Para ser doador basta ter bom estado de saúde e ter entre 18 e 55 anos. Pedimos encarecidamente a todos que nos ouvem agora que procurem o HEMOPE ou o HEMOCENTRO de sua cidade para fazer o teste de compatibilidade de medula e salvar uma vida!”
Para a mídia impressa parece-me que o Dudu usou o panfleto que se segue abaixo, no final do email.



3 – Aí em Maceió Livinha, vovô e papai estão trabalhando em conjunto, parece que Livinha está indo as igrejas e o vovo e papai nos centros espíritas. Ainda não temos divulgação na mídia, de forma que se podermos contar com sua ajuda neste sentido será de grande valia! Além disso, também acho importante adotarmos a mesma abordagem que estamos fazendo aqui em JP: levar o hemocentro para coleta junto a grandes empresas e igrejas, mas parece que livinha esta tendo dificuldade de conseguir isso junto ao Hemoal...



4 – Em Brasilia Dani, Tia Yara e Giuliana também estão trabalhando firme, mas confesso que não sei se está sendo possível conseguir agendar as visitas do hemocentro. Tia, tenho percebido grande desconhecimento do público acerca do que é a medula óssea e de como é o procedimento do transplante, então resolvi fazer um breve relato do meu caso e esclarecimentos sobre a patologia. Desta forma, o texto abaixo começou a circular na internet inicialmente com meus amigos, mas certamente já foi replicado.
Segue o texto:



“Em 2002 foi diagnosticado que eu era portador de Anemia Aplástica, doença autoimune que atinge a medula óssea (*) (nossa “fábrica” de sangue) da seguinte forma: meu sistema imunológico (leucócitos), responsável por nossas defesas, em vez de atacar somente os vírus e bactérias, ficou pirado e começou a atacar também minha própria medula, assim, minhas células produtoras de sangue (células tronco, que ficam na medula óssea) foram praticamente todas destruídas, ocasionando a Anemia Aplastica Severa.

Desde 2002 venho fazendo vários tratamentos, fiquei internado em Recife durante mais de dois meses mas os resultados, que no inicio foram bons, foram gradativamente decaindo, até que, agora em 2010 venho precisando receber transfusões semanalmente.
Como já esgotamos todos os tratamentos possíveis, minha chance de cura agora é o transplante de medula. Toda minha família já fez o teste de compatibilidade e também já buscamos no “banco de medula” (REDOME – Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), mas não ainda encontramos doador compatível.

Assim, resta-nos agora tentar aumentar ao máximo a quantidade de doadores registrados junto ao REDOME, pois quanto mais gente cadastrada maior a probabilidade de encontrar a medula compatível. Ao contrário do que muita gente imagina, a doação de medula é um procedimento muito simples (veja explicações e cartaz abaixo), resume-se à sucção (aspiração) de parte do líquido que fica em nossa medula.”




(*) Médula óssea – Primeiro é preciso entender o que é a medula óssea, para depois discutirmos o porquê de alguém precisar de um transplante deste tecido. Nas palavras do Instituto Nacional de Câncer (Inca), “é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos. Nela, conhecida popularmente por ‘tutano’, são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.É bom ressaltar que a Medula Óssea não é a mesma coisa que a Medula Espinhal. Medula Espinhal é composta por tecido nervoso e ocupa o espaço dentro da coluna vertebral. Sua função primordial é transmitir os impulsos nervosos, a partir do cérebro, para todo o corpo.Transplante de medula óssea – é a única esperança de cura para alguns portadores de doenças que afetam o sangue. O tratamento consiste na substituição de uma medula óssea doente por células normais, para a recomposição de uma medula saudável. O transplante pode utilizar a medula do próprio paciente (autogênico) ou de um doador (alogênico).Como é o transplante para o doador - O doador não precisa mudar seus hábitos, trabalho ou alimentação. A doação é feita sob anestesia. São realizadas punções nos ossos posteriores da bacia e retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde. Dentro de poucas semanas a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada.

sábado, 1 de maio de 2010

Divagações




"Acho graça de mim, que espero à frente encontrar a solução dos meus enigmas".
Lya Luft