sábado, 18 de outubro de 2014

O jogo não termina

Antonio Paulo Rezende

"Guarde o tempo em algum lugar pouco conhecido.
Ele foge, inquieta-se, mas repousa em memórias antigas.
Não adianta esquecer o corpo, anular os calendários,
quando tudo flui evitando o cansaço do olhar fixo.
Há quem testemunhe brincadeiras distraindo as agonias
e adiando qualquer imagem doentia de culpa e pecado.
Cada história traz o sinal da eternidade confusa, mas sedutora,
dilui a tensão que teima em refazer os conflitos sem defini-los.
A possibilidade se esvazia quando a mesmice se torna soberana
e acreditamos que o fim do mundo tem data marcada."