De Gabriel Garcia Marques
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"Este livro é uma reportagem em que o escritor colombiano, Prémio Nobel de literatura em 1982, dá voz ao cineasta chileno Miguel Littin que, em 1985, conseguiu entrar clandestino no seu país. A exemplo do que fez em "Relato de um Náufrago" Gabriel Garcia Marquez escreveu "A Aventura de Miguel Littin, Clandestino no Chile" inteiramente na primeira pessoa de forma a assegurar a autenticidade sobretudo no que se refere às emoções do depoimento. Proibido de entrar no Chile pela ditadura do general Augusto Pinochet, Littin submeteu-se não só a uma mudança de personalidade, mas também de aspecto físico e da sua pronúncia não tendo sido reconhecido sequer pela sua própria mãe nem pelos soldados do palácio presidencial La Moneda, onde teve a audácia de entrar, tendo estado mesmo a poucos metros do gabinete de Pinochet, mesmo sabendo que corria o risco de ser fuzilado no caso de ser reconhecido. Fingindo um casamento Littin conseguiu entrar no Chile com várias equipas de filmagem independentes. Seguem-se os encontros clandestinos com membros da oposição, os testemunhos da população, a adoração pelo falecido Salvador Allende, idolatrado como um Deus. Gravam um filme de quatro horas para a televisão e outro de duas horas para o cinema. Ambos seriam, mais tarde, projectados nos quatro cantos do planeta como instrumento de denúncia da ditadura de Pinochet. São estas as bases documentais de um documentário lançado em 1986 "Acta General de Chile" que viria a ser galardoado no Festival de Veneza e que fez aumentar a pressão internacional contra o regime do general ditador. Este é um livro essencialmente documental que Gabriel Garcia Marquez escreveu a partir de uma entrevista do cineasta ao próprio escritor de que resultaram 18 horas de gravação. Nele são relatados ainda vários episódios que não foram revelados nos filmes. Nele se contam os êxitos e os contratempos de todo o processo de filmagens, permeados por esquemas de segurança, nostalgia e revolta. Mas a importância deste documento não se centra na aventura vivida por Littin mas sim na recriação do clima de terror e de tensão em que viviam todos os chilenos enquanto eram governados pelo regime militar de Augusto Pinochet. Alguns nomes bem como algumas referências a datas e a locais foram alterados, para segurança de pessoas que continuaram a viver no Chile. Esta é, sem dúvida nenhuma, uma obra ímpar, de leitura obrigatória".
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