“Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem.
Isso mesmo!
Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.
Perder?
Como?
Não é nosso, recordam-se?
Foi apenas um empréstimo!"
José Saramago
Essa semana o meu filho irá oficializar o seu casamento com uma festa onde haverá uma cerimônia civil e uma bênção que será dada pelo nosso querido Leonardo Boff. Para mim, eles dois, Romero e Gabriela, já eram casados, pois já dividiam as suas vidas sob o mesmo teto há mais de dois anos. Mas eles escolheram celebrar essa união com uma festa e estamos todos muito felizes. Porque acredito que a união entre duas pessoas é sagrada. Não no sentido que se dá quase sempre a essa palavra, “como predicado de ordem ética, sinônimo do absolutamente moral e perfeitamente bom”, conforme afirma Rudolf Otto, citado por Gilberto de Mello Kujawski no seu livro O Sagrado Existe (página 59). Mas no seu sentido rigoroso e original, só existente no domínio mesmo do religioso, como valor e identidade próprias, como realidade não redutível a outras realidades diferentes dele (Kujawisk, 1994). Para este autor, o sagrado “é o arquétipo do real, a matriz da cultura e a fonte de toda legitimidade” e “o vínculo entre a realidade absoluta, sagrada e as demais realidades é o rito”. Portanto, o amor para mim é sagrado nesse sentido, enquanto uma realidade só possível no encontro entre duas pessoas. E essa realidade quando se faz, há que ser festejada, ritualizada, das mais diversas formas que se pretenda. Através de um beijo, de uma aliança, de um brinde, de uma festa, de um papel assinado ou de uma bênção.
E como toda celebração de casamento me deixa extremamente romântica, o casamento do meu único filho está resgatando, momentaneamente, o que tem de mais romântico em mim. Já revi pela enésima vez o filme “A Noviça Rebelde”, ando ouvindo músicas românticas o tempo todo, e, para completar, revi ontem no Telecine Premium o filme “Cartas para Julieta”. E aí foram só suspiros. Até porque já estive na casa de Julieta em Verona, na Itália e vi com meus próprios olhos a infinidade de cartas e recados ali deixados por mulheres, talvez também homens, de todas as nacionalidades, sobre amores em geral, concretizados, perdidos ou impossíveis, endereçadas para a amada de Romeu.
Eis a sinopse do filme a partir do site CINEPOP
"Jovem americana viaja para Verona, Itália, a famosa e inspiradora cidade onde foi criada a personagem Julieta Capuleto - sim, aquela da clássica obra "Romeu e Julieta". É neste local que ela descobre um grupo de pessoas que costuma responder às cartas - deixadas num muro - daqueles em busca de conselhos sobre o amor. A garota então responde a uma dessas cartas, datada de 1951, o que acaba inspirando a autora a viajar para a Itália em busca daquele que sempre foi sua verdadeira paixão. O fato também desencadeia uma série de eventos que irá mudar a vida de todos".
Abaixo, a carta enviada pela personagem do filme em nome de Julieta, em resposta àquela escrita há 50 anos atrás, além de imagens do trailer de "Cartas para Julieta".
“E’e ‘se’ são duas palavras tão inofensivas quanto qualquer palavra, mas coloque-as juntas lado a lado, e elas tem o poder de assombrá-la pelo resto da sua vida. "E se".. E se? E se?
Não sei como sua história acabou.
Mas sei que, se o que você sentia na época era amor verdadeiro, então nunca é tarde demais. Se era verdadeiro então, porque não o seria agora?
Você só precisa ter coragem para seguir seu coração.
Não sei como é sentir amor como o de Julieta, um amor pelo qual abandonar entes queridos, um amor pelo qual cruzar oceanos.
Mas gosto de pensar que, se um dia sentisse, eu teria coragem de agarrá-lo.
E, Claire, se você não o fez, espero que um dia faça.
Com todo meu amor.
Julieta”
Não sei como sua história acabou.
Mas sei que, se o que você sentia na época era amor verdadeiro, então nunca é tarde demais. Se era verdadeiro então, porque não o seria agora?
Você só precisa ter coragem para seguir seu coração.
Não sei como é sentir amor como o de Julieta, um amor pelo qual abandonar entes queridos, um amor pelo qual cruzar oceanos.
Mas gosto de pensar que, se um dia sentisse, eu teria coragem de agarrá-lo.
E, Claire, se você não o fez, espero que um dia faça.
Com todo meu amor.
Julieta”
Ai, Rejane, como gostei do seu texto, por vários motivos, que, creio, só nós duas sabemos.E se? Exprime tantas possibilidades para o vínculo entre a realidade absoluta, sagrada e as demais realidades, que é o rito, como você falou. É preciso sentimento e coragem para agarrar a vida a dois. Um beijo.
ResponderExcluirQuerida amiga, essa mensagem me tocou. Vi Romero crescer ainda na sua barriga. Participei de vários momentos importantes pois cresceu junto com os meus. Primeir aescola, banhos de mar, aniversários e muitos outros. Parabéns por dividir esse momento importante da vida dele e da sua pois assim integra os que estão longe. Sim celebrar o amor é sempre lindo, imensamente significante. Que seja uma festa alegre com muita paz. Diga a Romero e Gabriela que desejo que esse amor cresça sempre. Beijos Luzineide Ramos
ResponderExcluirMeninas, obrigada pelas lindas mensagens que deixaram aqui. Vocês são demais. Amo as duas. Beijos
ResponderExcluirTia, arrasou. O texto tá lindo e eu senti muito não conseguido ir ao casamento do meu primo. Também me emocionei ao ler a mensagem por toda a história que tenho com Romero, meu primo-irmão. Oro muito pela felicidade dele junto a Gabi.
ResponderExcluirBom, agora mata a curiosidade, conta como foi o casamento e posta umas fotos.
P.s. Cartas para Julieta é lindo!!!!