No início da campanha me intrigava o jeitão sério e pouco desarmado de Dilma em meio às multidões. Pensava comigo que ela necessitava relaxar mais, se jogar mais e assim conquistar mais pessoas para votarem no seu pleito. Compreendia, no entanto, que era a primeira vez que ela subia em um palanque e logo como candidata ao posto de mandatária desse país.
Dito isto, passo ao que acredito, não apenas eu enxerguei, mas a maioria da população brasileira, talvez especialmente as mulheres, porque mais observadoras e sensíveis a pequenos gestos, enxergou, no desenrolar dessa campanha. Dilma passou a se soltar mais nas apresentações públicas e, como disse um amigo tuiteiro, parecia que Lula havia construído um novo monstro. Com algumas ressalvas a esta opinião, acho que Dilma, de fato, foi ganhando mais segurança à medida em que todos nós passamos a conhecê-la melhor e a irmos aos eventos não apenas para vermos o Presidente Lula, mas para vermos a nossa futura Presidente de perto. Assim, pelo menos, se deu comigo. No mês de julho, Lula e Dilma estiveram em Garanhuns, Pernambuco, participando de um ato político que aconteceu numa quadra esportiva de uma escola e logo depois em um comício aqui no Recife. Embora ouvisse muitas pessoas gritando o seu nome, naquele momento, estávamos todos ainda sendo apresentados a ela por Lula, e era ele que queríamos ver, enquanto ainda Presidente. Para agradecer pelo seu excelente governo e nos despedir. Lembro inclusive, que, no comício, Lula chegou a brincar com a exaltação e os agradecimentos com os quais as pessoas presentes lhe saldavam, que ele não iria morrer tão cedo e que estava apenas passando a bola da presidência para outra pessoa, mas que pretendia continuar muito ativo e muito próximo do povo por muitos e muitos anos.
Passado o susto de não termos vencido no primeiro turno, o que hoje penso ter sido excelente para a confirmação do nome de Dilma, parece que a assessoria da campanha enxergou longe e fez com que ela se projetasse de forma mais independente do Presidente Lula. E não deu outra. As pessoas, embora conservando um carinho enorme por Lula, já procuravam e queriam ver aquela em quem iriam votar. E pelas tantas imagens que tenho visto no programa eleitoral e aqui na internet, percebe-se todo o carinho com que elas passaram a receber e ovacionar Dilma.
Embora ainda ache que a candidata fica um tanto assustada com todas essas manifestações, talvez se perguntando se as merece, ou se as pessoas não estariam projetando nela todo o carinho que sentem por Lula, o que em parte é verdadeiro, o que mais me admira em Dilma é o fato dela não subir no salto alto, como sempre tem afirmado. Passei a olhar dessa forma o jeito como ela, ainda hoje, reage a tantos gestos de carinho a sua pessoa. Penso que Dilma consegue se manter íntegra e perfeitamente saudável no jeito de encarar todo o apoio que tem recebido, sem demonstrações de vaidade. Ela não fica forçando a barra para parecer também a grande mãe do povo, inclusive esse apelo foi muito menor no segundo turno, ainda bem. Diferentemente, ela se mostra, muito mais, uma pessoa que sente o peso da responsabilidade de continuar tratando a mim, a você, ao povo brasileiro, com todo o respeito que ele merece. Por isso e muito mais, no dia 31 de Outubro de 2010, eu, Rejane, mulher, nordestina, pernambucana nascida e criada no Recife, votarei em Dilma Rousseff para eleger a primeira mulher Presidente do Brasil.
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